Leia a reportagem abaixo:
MEDO, VAI ENCARAR?: ‘EU NÃO CONSEGUIA SUBIR AO TERCEIRO ANDAR DA MINHA CASA’, DIZ JOVEM QUE FAZ TRATAMENTO PARA SUPERAR A FOBIA DE ALTURA
Até quinta-feira (22), o G1 Paraná e o Meio-Dia Paraná exibem a série 'Medo: Vai encarar?'. Nesta quarta (21), conheça o perfil de quem sofre do medo de altura.
Por Adriana Justi, Rhuana Ramos e Leonardo Morrone , G1 PR e RPC Curitiba
21/11/2018 10h50 Atualizado há um ano
Como enfrentar o medo de altura?
Figura 1Letícia fez tratamento para superar o medo de altura — Foto: Reprodução/RP |
"Eu tinha muito medo de subir a escada. Parecia que tudo ia cair e eu estaria em cima, sozinha. A sensação era horrível", contou a estudante de administração Letícia Matos Pereira sobre as tentativas de subir no terceiro andar da casa onde vive, em Curitiba.
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Essa e outras situações de desespero fizeram com que a jovem identificasse um problema que a persegue desde sempre - o medo de altura, também conhecido como acrofobia.
Até quinta-feira (22), o G1 Paraná e o Meio-Dia Paraná exibem a série 'Medo: Vai encarar?'. Na segunda (19), o tema abordado foi o medo de agulha. Na terça (20), o assunto foi o medo de voar de avião. Nesta quarta (21), o tema é o medo de altura. A última reportagem vai falar sobre o medo de aranha.
Para a psicóloga Neuza Corassa, que atua no Centro de Psicologia Especializado em Medos, em Curitiba, o perfil de quem tem medo de altura pode ser caracterizado por pessoas que são inteligentes, sensíveis e humanas, mas que não gostam muito de críticas.
“Os pacientes que tratam isso nos procuram por três motivos: pela questão do lazer, do convívio com a família e com os amigos, e também pela questão do trabalho”, explicou a psicóloga.
Apesar de sempre ter esse medo, Letícia contou que o pavor mesmo começou a se manifestar aos 19 anos.
“Quando eu me deparava com lugares altos eu sentia tontura, enjoo, desconforto, minha perna ficava bamba e eu simplesmente não conseguia olhar pra baixo”, lembra a estudante, que atualmente tem 23 anos.
Essa barreira de não conseguir subir até o terceiro andar da casa dela aconteceu quando o imóvel estava quase pronto, faltando apenas alguns acabamentos.
“Nos degraus da escada, os vãos ainda estavam abertos. Eu me lembro que tentei subir algumas vezes, mas não aguentava mais de 20 minutos”, contou.
Nesse período, a fobia de altura também privou a jovem de viajar de avião, andar em brinquedos radicais, andar de teleférico, de se encontrar com amigos que moravam em apartamentos sem elevador, e de várias outras situações em que ela sempre demonstrou interesse, mas não conseguia participar.
“Eu sempre tinha na minha cabeça que eu iria cair e me machucar. Ou talvez que fosse acontecer algo pior”, argumenta Letícia.
A fobia de altura também refletiu no trabalho da jovem. Ela atua em uma empresa de compra e venda de imóveis com o pai, e, em algumas vezes, precisou levar clientes para visitar apartamentos e triplex.
“Eu não conseguia subir. O meu pai era quem fazia as fotos e eu ficava embaixo”, contou. Muitas vezes, segundo ela, era preciso explicar para os clientes que ela tinha medo de altura.
O tratamento e a superação
Letícia decidiu buscar tratamento com uma psicóloga quando percebeu que o medo estava tomando conta e que ela não conseguia mais vencê-lo.
“Eu aprendi a ter autocontrole, a ter conhecimento do que eu realmente tinha medo, a respirar e a evitar o desespero. E deu muito certo. Eu fui enfrentando as situações aos poucos e hoje eu ainda tenho medo, mas não é aquele pavor que eu tinha antes”, comemorou a estudante.
Depois disso, subir a escada da casa já não era tão difícil. Aliás, Letícia garante que descobriu que é o lugar mais aconchegante da casa. “Até porque a reforma também já foi concluída e os vãos não existem mais”, disse.
Para o marido, Rodrigo Chaves Pereira, a conquista de Letícia refletiu demais dentro de casa e no convívio social.
“Fiquei muito feliz. Ela agora pode subir escadas, chegar a lugares mais altos, pode admirar as coisas, a paisagem, e estar mais entre amigos”, comemora o marido.
Rodrigo disse ainda que fica muito feliz em poder ajudar no dia a dia e que respeita o limite da esposa.
“Eu acho que a minha presença junto com ela nos momentos de dificuldade ajuda bastante. Ela se sente confiante e mais calma. E eu fico muito feliz com isso porque quero estar sempre presente mesmo e ajudar no que for possível”, argumentou o marido.
Letícia afirma que o tratamento foi essencial para realizar alguns sonhos. Um deles foi o de andar de teleférico em Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
Segundo ela, a sensação de poder fazer uma coisa que não fazia antes, sem sentir medo ou passar mal, é uma felicidade sem tamanho.
“Hoje, com certeza, ela é uma outra pessoa. Ela mudou completamente e ainda está enfrentando algumas dificuldades, mas tentando vencer as barreiras”, acrescenta Rodrigo.
A psicóloga Neuza Corassa afirma que a importância de um familiar durante o tratamento é realmente essencial. “É fundamental e de muito valor. Principalmente na parte da exposição e do enfrentamento, em que essa pessoa acaba se tornando um co-terapeuta”, destacou.
Planos para o futuro
Os planos para o futuro, garante Letícia, são superar completamente todos os medos. Ela afirmou que também tem medo de estouro de bexiga, de aranha e de falar em público.
“Tenho certeza que vou superar tudo com a ajuda da psicóloga, da minha família e dos meus amigos”, finalizou a estudante.
Fonte: G1 Paraná.
- Qual o tema tratado pela reportagem?
- Leia o trecho “Eu tinha muito medo de subir a escada. Parecia que tudo ia cair e eu estaria em cima, sozinha. A sensação era horrível" e responda:
a) A quem pertence a fala reproduzida acima?
b) Qual a importância desse depoimento para a compreensão do assunto tratado?
c) Explique o uso das aspas empregadas na fala.
- “‘Os pacientes que tratam isso nos procuram por três motivos: pela questão do lazer, do convívio com a família e com os amigos, e também pela questão do trabalho’, explicou a psicóloga.”. Levando em consideração o assunto abordado na reportagem, explique a importância da fala dessa especialista.
- A reportagem deve ser reproduzida com uma estrutura característica do gênero. Retire da reportagem e transcreva abaixo cada elemento pedido:
a) Título.
b) Lide.
c) Legenda da foto
d) Descreva a foto.
Respostas
1. A reportagem fala sobre a superação dos medos.
2.
a) A fala pertence a estudante de administração Letícia Matos Pereira.
b) Esse depoimento é importante pois mostra um exemplo de pessoa que tinha uma fobia e que a superou.
c) As aspas indicam que, o que está escrito dentro delas, é uma fala que pertence a entrevistada.
3. Em reportagens é comum que se coloque trechos da fala de pessoas envolvidas com o tema. No caso, uma psicóloga é uma especialista importante para falar sobre fobias.
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a) "MEDO, VAI ENCARAR?: ‘EU NÃO CONSEGUIA SUBIR AO TERCEIRO ANDAR DA MINHA CASA’, DIZ JOVEM QUE FAZ TRATAMENTO PARA SUPERAR A FOBIA DE ALTURA"
b) Lide é o primeiro parágrafo da reportagem, portanto "Eu tinha muito medo de subir a escada, parecia que tudo ia cair e eu estaria em cima sozinha. A sensação era horrível contou a estudante de administração Letícia Santos Pereira sobre as tentativas de subir o terceiro andar onde vive em Curitiba".
c) "Figura 1 Letícia fez tratamento para superar o medo de altura foto reprodução/RP".
d) Na foto vemos a entrevistada Letícia no primeiro andar da casa demonstrando que superou seu medo de altura.
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