quarta-feira, 29 de julho de 2020

O TRABALHO INVISÍVEL DOS PROFESSORES NA PANDEMIA - REFLEXÃO/DESABAFO


O TRABALHO INVISÍVEL DOS PROFESSORES NA PANDEMIA - REFLEXÃO/DESABAFO

A pandemia do novo coronavírus está afetando diretamente a forma de trabalho de muitos profissionais. Com os professores não poderia ser diferente. Muitos de nós precisavam de auxílio até mesmo para montar um datashow nas aulas presenciais e de uma hora para outra nos vimos forçados a usar a tecnologia como principal meio de trabalho.

É claro que os professores não estavam preparados para essa modalidade de ensino à distância. Mas as redes sociais estão repletas de vídeos e imagens de professores doando-se por inteiro para não deixarem a educação parar. A lousa e o pincel, cederam lugar aos notebooks, câmeras digitais, smartphones e as salas de aula físicas, às salas virtuais por meio de grupos de Whatsapp ou outras plataformas virtuais. Muitos tiveram de participar de cursos rápidos para aprender a utilizar a tecnologia, comprar um equipamento mais moderno ou mudar o plano de internet para conseguir oferecer um trabalho de qualidade aos seus alunos. 


Mas o que não se fala é acerca do desgaste físico e emocional que isso vem provocando nos professores. Muitos estão trabalhando dobrado, triplicado! Além do trabalho já comum à pratica docente, os professores agora têm de se desdobrar em reuniões e formações pedagógicas online, preparar material didático escrito, gravar videoaulas e editá-las, estar disponíveis aos alunos e dar-lhes assistência via plataformas ou grupos de WhatsApp.

Não está sendo fácil passar horas planejando estratégias de como facilitar a compreensão do conteúdo para os alunos que não têm acesso à internet, elaborando roteiro de aula, gravando vídeos e editando-os. E quando termina tudo isso, o trabalho ainda não acabou, é hora de dar tutoria aos alunos. O professor precisa dar conta de atender inúmeros alunos online ao mesmo tempo. Soube de casos em que gestão e coordenação colocam até três turmas para que o professor dê tutoria ao mesmo tempo! Some-se a isso professores que precisam trabalhar em mais de uma escola e alguns pais “cheios de razão” que querem saber por que o professor “não responde logo” a mensagem enviada ou ainda que ligam e enviam, mensagem nas horas e dias mais inconvenientes perguntando como resolver “aquela questão”.

O fato é que esse processo é desgastante e estressante para os professores. É importante ter empatia nessas horas e saber se colocar no lugar do outro. As escolas e secretarias de educação também precisam ter o bom senso e entender que dentro do horário de trabalho também se deve incluir o horário de preparação das aulas que, devido às circunstâncias, ocorrem em um processo muito mais árduo e demorado.

Recebi um vídeo absurdo gravado em uma formação de professores online na qual a formadora disse que a reunião estava ocorrendo às 16h porque nesse horário todos já haviam terminado seus afazeres.  Quem termina seus afazeres às 4 da tarde em plena semana?

Existem secretarias de educação que possuem diários online “aprimorados” para atender às necessidades desse período e que devem ser minuciosamente preenchidos com informações tão detalhadas que chegam a ser repetidas. Nas secretarias em que não há esse diário online, muitos professores estão preenchendo uma infinidade de relatórios e registros de aula que acabam tomando o seu tempo de planejamento.

Acredito que muitas dessas burocracias, que acabam tomando o tempo do planejamento, podem ser simplificadas ou excluídas. A gestão e a coordenação escolar poderiam unirem-se no intuito de darem um apoio mais efetivo inclusive na elaboração de um horário pedagógico mais humano e que leve em consideração as especificidades do momento atual. Os pais e/ou responsáveis podem ser mais empáticos, pois, assim como não está sendo fácil dar esse apoio a um, dois, três filhos em casa, imagine ao professor que faz o mesmo com turmas imensas!

Não estou aqui querendo que os professores deixem de cumprir as obrigações que lhes competem, jamais! Somos pagos para isso! No entanto, começo a preocupar-me com nossa saúde mental e emocional. Estamos por demais sobrecarregados, cansados, com medo, irritados, estressados! Muitos de nós sequer terão férias este ano pois elas formam antecipadas no início da pandemia.

Os professores estão sendo o pilar da educação nessa época de pandemia. Assumiram este desafio de ensinar seus alunos com toda dedicação, revisando suas técnicas pedagógicas, investindo seu tempo, seus esforços e, até mesmo, seu dinheiro para isso. Estão abdicando de seu lazer e descanso em prol de algo bem maior: o futuro de crianças, jovens e adultos do Brasil. Em contrapartida, a forma como seu trabalho está sendo encarado, não difere em nada de como o foi ao longo dos anos: um trabalho imprescindível, mas que torna-se invisível aos olhos de muitos que escolheram não ver.

 

E você, professor, como está sendo sua experiência docente nessa pandemia? Conte para nós aqui nos comentários.

 

Compartilhe com seus colegas docentes que estão passando por situações parecidas ou piores que as relatadas aqui.

 ****



Até mais!



43 comentários:

  1. É bom elucidar aos cidadãos, minimamente críticos, que tenha a plena consciência que o ESTADO é vassalado do CAPITAL e marca sua posição com uma AUSÊNCIA CONSENTIDA precarizando a educação e seus trabalhadores mais comprometidos.
    Também é bom lembrar que esse período de pandemia pelo SARS COV-2 –COVID 19 expôs o gritante problema de todo sistema educacional, indistintamente, na apropriação e utilização das elencadas ferramentas de TIC, EaD ou e-learning, verificando-se a ausência da utilização desse trabalho ao longo da vida dos alunos nas escolas (internet de baixa qualidade e ausência de tablets individuais – mais barato que a produção de material impresso e logística de distribuição).
    Na faceta que se mostra dando maior visibilidade à IGREJA MERCADO e ao DEUS DINHEIRO, em suas ações de planejamento estratégico, esse mesmo ESTADO desvela o desprezo com a base educacional, não supriu as necessidades mínimas com formação ampla e universal dos professores (cursos EaD com vagas restritas e provocando competição quando o momento pede compartilhamento e cooperação para que atinja-se todos os profissionais da rede, mesmo que seja feito por etapas até que todos sejam afetados) e fechou os olhos as necessidades materiais (equipamentos, logística e financiamentos). Propositadamente, com fins de privatizar os serviços para o acúmulo do capital de empresários mais preocupados com o lucro (roubo).
    Questiona-se como propor perspectivas técnico-pedagógicas e administrativas mais plásticas nesse novo cenário e como construir ou redesenhar a ação do ESTADO que poderia há tempos ter PROGRAMA URBANISTICO com praças de wifi na geolocalização de 4km a partir de qualquer unidade predial publica (escolas, centros de saúde, clubes escolas) para seus profissionais e alunos no processo de escolarização?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Partilho de sua opinião.
      No Brasil essa falta de compromisso com as coisas deveras importantes salta aos olhos! Muitos dos efeitos dessa pandemia teriam sido evitados, casos tivéssemos planejamento, investimentos e fiscalização de recursos em saúde (e educação).

      Excluir
    2. Concordo plenamente. Sem planejamento e investimento as coisas não acontecem.

      Excluir
    3. Parabéns compartilho dessas mesmas ideias.

      Excluir
    4. É bem isto mesmo ...No RS o Governo acha que não estamos fazendo nada ...Está muito cansativo , Desgastante,frustrante ...

      Excluir
    5. É bem isto mesmo ...No RS o Governo acha que não estamos fazendo nada ...Está muito cansativo , Desgastante,frustrante ...

      Excluir
    6. É bem isto mesmo ...No RS o Governo acha que não estamos fazendo nada ...Está muito cansativo , Desgastante,frustrante ...

      Excluir
  2. Gratidão, professora!
    Todos nós estamos nos sentindo assim mesmo, sobrecarregados. É como se todas as responsabilidades do ensino fossem jogadas em nossas costas nessa pandemia.
    Obrigado por dar visibilidade às nossas angústias.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada a você por comentar, professor!

      Excluir
    2. Concordo com tudo isso e ainda temos a faculdade em EAD e os estágios online, relatórios de estágio muitos cursos levis etc. Estamos se virando nos 30.🥰🙏😇👏👏

      Excluir
  3. Eu aplaudo os professores do Brasil, em especial as professoras da minha filha.

    ResponderExcluir
  4. Percebo que há auxílios de toda espécie, menos aos discentes que se desdobram para executar seu trabalho com toda criatividade possível usando de tecnologias que não estão prontas e disponibilizando de ferramentas mil para criar . Acho injusto o desafio sem remuneração apropriada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quem sabe, quando tudo isso acabar, todos possam refletir sobre o real valor da educação e a importância do trabalho o professor.

      Excluir
    2. Não seriam os docentes? Pq a grande maioria dos discentes(para não afirmar sua totalidade equivocadamente), foram contemplados com auxílio emergencial.

      Excluir
  5. Um ponto positivo do Teletrabalho educacional.Professores são corajosas,independente das condições de trabalho,não deixam o barco afundar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Esse não deixar o barco afundar vira um voluntarismo em que o trabalhador tem que financiar a sua própria estrutura de trabalho. Tem que dar conta do que foi mal planejado pela política educacional. Péssimo isso

      Excluir
  6. Só tenho a parabenizar a todos os Educadores da rede pública em especial .mesmo sem apoio governamental estão dando tudo de si,até mesmo deixando de repousar,quando alguns estiveram doentes, não selecionam horários para atender seus alunos,estão diariamente se reinventando para repassar seus conteúdos, seus conhecimentos,para seus alunos. Acho que merecem ser mais valorizados. Juntos com seus alunos pois ninguém estava apto a essa situação

    ResponderExcluir
  7. Só tenho a agradecer e parabenizar a todos da área da Educação..
    Que diariamente se reinventa para conseguir consolidar suas aulas on-line com o momento que estamos passando.mesmo com tantas dificuldades mais estão preoculpados com nossa Educação

    ResponderExcluir
  8. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  9. O texto é preciso e focal. O professorado , na reinvenção de sua didática, principalmente tendo que inserir , de uma ora para outra, a tecnologia como modus operanti de aulas práticas e cotidianas, inovadoras, está num desgaste preocupante. O esfacelamento do privado/público se instaurou de uma forma, que já começamos a naturalizar dificuldades e entraves pedagógicos como inabilidade nossa. A não entrega de Atividades por parte do alunado como culpa nossa. Afinal, não estamos fazendo uma transposição didática mais atrativa, pois os modelos de ensino anteriores, já carcomidos mesmo para o presencial, diga-se de passagem, não seduzem e afastam a garotada de uma plataforma para qual não houve treino algum...
    E como treinamento, sem equipamentos necessários para ambas as partes?
    Fala -se, agora, no corte do pagamento para quem NUNCA pôde entrar na famigerada plataforma...
    Como assim????
    As Secretarias de Educação deveriam auxiliar escolas, resolver pendências, e não desligar luzes e internet...
    A orientação é que o/a professor/a vá à unidade e de lá ministre a sua aula!
    Estarrecedor, não! O fará no escuro? E, ainda, a bandeira verde está no mastro a tremular, dizendo: "Tá liberado, tá tudo liberado".
    Está tudo dominado pela ineficiência, banalização da vida, esfacelamento da empatia. Aliás, essa última, está virando artigo de luxo nas relações empregatícias.
    "O capitalismo é o lobo, do lobo do homem", da mulher, de todes.















    ResponderExcluir
  10. Para mim está muito tranquilo! Gostando até dessa nova modalidade.
    Se alguém precisar de ajuda com as tecnologias, é só me chamar.
    meu email é muller.carolina@ymail.com (com Y mesmo)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Seria vc professora de escola particular, Carol?

      Excluir
    2. Imagino que deve ser diferente para os professores de escola particular, porque os alunos têm como acompanhar as aulas virtuais. Os exercícios são dos livros já comprados, então não existe edição de livro. As aulas virtuais são gravadas, então não tem edição de vídeo.
      A dificuldade, imagino, está em melhorar a internet e o equipamento em casa para dar as aulas. Além dos custos de água e luz. Por outro lado não se gasta em locomoção. Com tudo isso ainda acho que os docentes preferem essa modalidade.
      Vi a pesquisa sobre voltar ou não às aulas presenciais com relação a pandemia, mas gostaria de ver uma pesquisa sobre a preferência entre a modalidade presencial ou virtual dos professores.

      Excluir
  11. Parabéns a nós, professores guerreiros, que estamos nos desmembrando (desmembrar: verbo. 1. privar de seus membros, separar ou cortar os membros de; mutilar, amputar. 2. transitivo direto e bitransitivo e pronominal
    promover a separação ou divisão, em partes, de (algo que formava uma unidade); dividir(-se), desdobrar(-se).

    Faz algum tempo que não sei o que é descansar nem se quer dormir bem!
    Sem contar ainda as críticas destrutivas de pessoas que nem sabem o que estão fazendo na Educação, pois já deveriam estar no acervo de algum Museu...

    Obrigada pelo artigo, e perdoem -me pelo desabafo!
    Abraço a todos!

    ResponderExcluir
  12. Eu sou a professora que trabalha em 3 escolas, 29 turmas, isso mesmo, 29 diários. Não tenho mais final de semana, ligo o computador às 6h da manhã e só saio dele às 22h, morta de cansada. E ainda preciso dar muita atenção pra minha filha que diz que não fiquei nada com ela durante o dia. Não está sendo fácil mesmo, mas sei que tudo isso vai passar e sairemos muito, mais muito mais fortes. Força professores, nós conseguiremos!!

    ResponderExcluir
  13. Somente alguns números. 3 redes de ensino diferentes (cada uma com sua plataforma eletrônica específica), 12 turmas, 6 planejamentos diferentes, 2 computadores, 3 usuários (2 professores e 1 estudante), 100 MB de internet (que bate no máximo 40), nenhum estúdio, 500 pais insensíveis à questão, 20 emails por dia, 3 grupos de whatsapp de professores, 8 de alunos, 60 mensagens por dia e 24 horas para isso. Agora tire suas conclusões. Ps: esqueci de mencionar 6 mil reais APENAS. E antes de dizer que está até bom, comparando com um trabalhador médio que não possui a mesma qualificação, pense se acharia "bom" se fosse de um médico.

    ResponderExcluir
  14. Boa tarde, sou se Ensino Especial, e passo por esses problemas rambém, mas como tenho só um.grupo.de alunos com necessidades , eu repasso pra eles pelo whatsap as atividades e oa q tem condições se realizar fazem, mas tem uns q não tem meios de realizar pq naontem computador ou mesmo celular entao fica difícil... tenho que enviar pra Coordenacao as atividades, colocar no SIGEDU em duas plataformas... mas por enquanto está dando certo mas nao deixe de ser cansativo; Quero aqui parabenizar os Professores de sala de aula pela dedicacao q estao dando e que Deus lhes guiem em rodos os aspeto...fiquem na Paz...

    ResponderExcluir
  15. Força professores e professoras! Como é visível pra o trabalho de vocês! Parabéns pelo empenho e que Deus possa recompensá- los com saúde, paz, amor e paciência, sem ela o notebook já estava quebrado, 😄🤩😘

    ResponderExcluir
  16. Além de tudo que já comentaram, gostaria também de agradecer a quem nos entende. Sou professora e tenho 2 filhos em idade escolar. No início tive que comprar 2 celulares para eles estudarem. Depois o meu quebrou. Comprei o terceiro. Sgora ÷ a vez do note ser trocado.
    Por favor governantes, devolvam nosso salario no MS ou criem o subsídio tecnologico para professor.

    ResponderExcluir
  17. De um momento para o outro, nos tornámos inovadores ocupacionais, alterando práticas de ensino, lidando com novas práticas de aprendizagem e adoptando novos processos de avaliação. A inexistência de códigos de conduta profissional talvez tenha facilitado a mudança e o voluntarismo ocupacional deve ter mobilizado motivação para animar a adaptação. Esta reacção adaptativa terá sido, nalguns casos, solidariamente vivida e, noutros casos,isoladamente sofrida. Na história da humanidade, nunca uma classe profissional terá sido constrangida a realizar tamanha inovação, pesquisando e descobrindo, perguntando e imitando, para assegurar que o conhecimento civilizacional fosse transmitido e/ou descoberto pela nova geração. Professores e professoras permanecerão estrelas anónimas no firmamento digital,pois nunca subirão ao palco para receber um óscar ou uma menção honrosa, restando-lhes a honra de serem (ir)reconhecidos guardiães da civilização.

    ResponderExcluir
  18. Parabéns professor! Suas colocações são verdadeiras. Oxalá que depois da pandemia, os professores sejam mais valorizados! ��

    ResponderExcluir
  19. ABAIXO A ROMANTIZAÇÃO DO HOME OFFICE DOCENTE
    Estamos passando por um momento atípico mundialmente, onde os cuidados com a
    saúde precisam ser levados a sério, mas a saúde de quem? O cenário é de
    Professores adoecidos, tanto fisicamente como psicologicamente, pelo excesso de
    responsabilidades que lhes são atribuídas nesse período pandêmico. Muitas
    mensagens circulam nas redes sociais, nas páginas das escolas, as quais
    demonstram certa romantização da nossa prática pedagógica em meio ao caos. Os
    textos, as frases, os cenários virtuais coloridos são, de fato, muito bonitos, coerentes
    até certo ponto, até expressam algum sentimento, mas camuflam a realidade. Pois
    bem, entre dias sim e dias não, os professores sobrevivem, porém diferentes da
    canção, cheios de arranhões. Sentimo-nos vulneráveis, invadidos, mal tratados,
    expostos, indispostos, mas em frente sempre! Afinal as aulas presenciais foram
    suspensas, mas isso não significa que estas pararam, pelo contrário, a produção
    aumentou, o horário alargou e o salário reduziu. Muitas cobranças e vigilância de
    todo tipo, por todos os lados, e assim segue o home office docente dentro de um
    contexto o qual não fomos preparados, mas empurrados e todos os dias
    chacoalhados, muitas vezes até por nós mesmos, em nosso interior, pois o bom
    Professor sempre quer fazer mais e o melhor para os seus alunos, as vezes se
    culpa, se cobra, acha que não fez o suficiente, alguns dias desligamos a câmera
    acabados... “A aula não fluiu hoje”, faltou algo... E faltou mesmo, faltou o Professor
    estar bem consigo mesmo, pois em meio uma aula e outra ele lembra que ainda não
    deu conta da caixa de e-mail lotada, dos grupos de alunos e do privado do aplicativo
    de mensagem, dos pais, da coordenação, ele respira fundo com a quantidade de
    exigências e protocolos para gravar e por isso teve que regravar no instante em que
    a internet caiu, o cachorro latiu, o vizinho ligou o som, o bebê chorou, alguém da
    casa chamou; a tendinite, a bursite, a rinite, as dores de cabeça e coluna atacaram...
    E a aula gravada, de em média 30 minutos que durou três horas para ser produzida,
    continua a carregar na internet... O tempo acabou, acabou o sábado, o domingo, os
    feriados, o dia emendou com a madrugada, e o Professor permanece dividido entre
    os planejamentos, as cobranças e sua rotina pessoal. É, talvez não se fale muito
    sobre a neblina do home office docente, pois é pesada, cansativa, difícil até de
    descrever, mas não podemos nos calar; e não, não estamos reclamando, não
    somos preguiçosos nem desorganizados, não estamos sendo ingratos, não
    confunda gratidão com submissão. Não sabemos até quando iremos aguentar, nem
    quanto tempo isso vai durar, mas para que a aprendizagem dos nossos alunos
    continue mesmo de uma forma diferente, precisamos, no mínimo, de apoio, respeito
    e compreensão.
    Prof. Fernanda Lima
    Prof. Karina Meireles
    Campina Grande – PB.
    (Esse texto foi escrito com base em atuais experiências pedagógicas
    compartilhadas)

    ResponderExcluir
  20. Somos artistas mesmo por de tras das cortinas e guerreiros e guerreiras também

    ResponderExcluir
  21. É tudo o que venho sentindo. Inclusive penso em tirar licença saúde caso as cobranças continuem acirradas.

    ResponderExcluir
  22. Sábias palavras professor Rafael!

    ResponderExcluir
  23. E os professores que tem 3 ou 4 escolas,27 diários,50 aulas semanais,trabalha nos três períodos e 5 disciplinas?

    ResponderExcluir

Obrigada por comentar aqui.
Por favor, indique o +Portal Docente para seus colegas professores.

Jornal Impresso Produzido pelos Alunos do 9º ano

  Visita ao Sistema O Dia de Comunicação